ELEFANTE BRANCO

O QUE É ELEFANTE BRANCO

É algo grande! E Branco. Até aqui bastante óbvio, mas o que nao sabes é que ele tambem é negro, amarelo e púrpura. Pode ter qualquer cor, diferentes formas, sons, aromas e gostos. Para nao falar da maneira como ele engloba tantos e diferentes pontos de vista sobre o mesmo tema. É impossivel catalogá- lo. O elefante branco sou eu, és tu, e ele também. Por isso sente- te livre para aportar o teu graozinho e disfruta!!!

WHITE ELEPHO

White elephant is BIG! And it is white. Until here is very obvious. But what you need to know is that he is also black, yellow, and purple, he can feature every colour, also different shapes, sounds, aromas and tastes. Not to metion his mind: it ensembles so many different points of view on the same issue that it is impossible to label it. We don´t try to label: We just feel it. Enjoy with us.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

(Des)acertos

Todas as manhãs acordo por engano, visto que é de noite ainda. Deito-me tarde, acordo cedo, e vou pagando o preço dessa indisciplina constante.

Tacteio as paredes em busca de equilíbrio e dou por mim a céu aberto com uma compostura que me espanta. Às 09h estou no trabalho, funcional e competente, como exige a cartilha.

A tarde costuma ser passada com igual funcionalidade, embora as pálpebras, pesadas, teimem em degladiar-se com uma ferocidade que me comove. Não me intrometo. De vez em quando adio o combate com um café apaziguador.

Nos dias que se seguem volto a enganar-me, e julgo que tem sido assim grande parte da minha existência: um aglumerado de enganos certeiros e continuados.

Não sei quando me aconteceu este cansaço permanente, não físico mas da alma, esta idolência perante tudo menos no empenho com que vou erguendo muros a proteger quem sou.

A certeza de que as amarras que vou desatando em público para tranquilizar os outros mantêm bem atadas as outras, que me vão ancorando a um ser que só parcialmente sou eu.

Ah, o medo de ser inteiro...

Às vezes, contudo, no meio dos enganos de que me vou fazendo, calha acertar, numa qualquer emoção incontida a desatar nós em mim.

Um dia pra rasgar e de repente um elogio recebido a sangue frio, sem a anestesia das introduções simpáticas que me fazem sempre duvidar. Um elogio à queima-roupa, duro, e por isso indubitávelmente verdadeiro e eficaz a embalar o ego.

Uma ponta de fragilidade que descubro inesperadamente em quem amo mas que o não enfraquece aos meus olhos, pelo contrário, torna mais forte o laço que nos une, porque frágeis os dois.

Uma mão pequenina, infantil, pousada no meu ombro descaído, descrente, a ficar quando tudo em mim parece querer fugir.

O sofrimento alheio, testemunhado sem querer, e qualquer coisa a doer em mim, funda. Eu, sempre de poucas lágrimas, dou por mim com os olhos aflitos, rasos de mar.

Dizer amo-te sem pensar, sem planear, sem hesitar, sem doer....